No domingo dia 19 de novembro, o Seminário Maior da Guarda abriu, de par em par, as suas portas a cerca de duas centenas de pessoas, para a apresentação do livro “HOMEM DE DEUS PARA A HUMANIDADE, Padre Joaquim Alves Brás”, da autoria de Monsenhor Arnaldo Pinto Cardoso, Postulador da Causa de Canonização do Venerável Servo de Deus. O salão ficou cheio com sacerdotes e leigos, seminaristas e jovens do pré-seminário, consagrados e famílias.
Presidida pelo Bispo da Diocese, D. Manuel da Rocha Felício, a sessão solene foi aberta e conduzida pelo Revdo Pe Paulo Figueiró, Reitor do Seminário, que saudou todos os presentes, expressando o seu regozijo por tão significativa evocação acontecer exatamente 100 anos depois da entrada de Joaquim Brás no Seminário.
Depois da intervenção das Crianças do Jardim de Infância e ATL e Educadoras da Obra de Santa Zita, deu a palavra à Drª Zita Seabra, representante da Alêtheia Editores, que recordou a sua infância e o conhecimento que tivera da Obra de Santa Zita em Castelo Branco, e disse do muito apreço que tem por esta Obra. Ao autor agradeceu o ter confiado à edição da Alêtheia todos os seus livros e felicitou-o por mais esta obra notável que merece ser conhecida.
A seguir, interveio Monsenhor Cardoso, que fez o histórico do Livro, dando as razões desta iniciativa: 50º aniversário da morte de Monsenhor Brás; Centenário das Aparições de Fátima, a que o Padre Brás teve sempre uma grande ligação, o Centenário da entrada de Joaquim Alves Brás no Seminário que ocorreu precisamente a 17 de novembro de 1917. Uma outra razão disse ter a ver com a Causa de Beatificação. Depois da elaboração da Positio deu-se conta do manancial de doutrina do Padre Brás, ainda não revelada, e que era importante conhecer, para se descobrir a riqueza do perfil espiritual do Servo de Deus. Referindo-se, depois, à estrutura do Livro, explicou sucintamente, cada uma das três partes: a Doutrina, as Obras e o Sonho do Servo de Deus.
Com razão, a primeira apresentação do Livro ocorria na Guarda, cidade onde o Padre Brás se formou, sonhou e trabalhou, e no dia do Encerramento da Semana de Oração pelos Seminários, salientando o exemplo da sua vida sacerdotal, que dedicou os primeiros dezassete anos do seu ministério à formação dos seminaristas e apoio aos sacerdotes. O seu ideal de ser padre não sofreu com as dificuldades em que o “seminário”, no tempo da 1ª República, subsistia. Confrontado com carências e adversidades, o Seminarista Joaquim Alves Brás foi-se preparando para o sacerdócio, com tenacidade e força de vontade, sempre guiado pelo objectivo de promover a maior glória de Deus e o bem das almas.
Sobre o perfil do Servo de Deus, o autor salientou três vectores fundamentais – verdade, liberdade e justiça. Assentando sobre eles a sua vida de padre e de formador de padres, o Servo de Deus gostava de ser, em vez de Brás, Brasa. De facto, ele foi Chama, que iluminava e aquecia; foi Sentinela, que estava atento para desviar dos perigos e indicar o recto caminho; foi um autêntico “andarillo” de Deus, como o prova a sua agenda.
Uma nota do seu amor ao sacerdócio foi ainda o estabelecer, como regra de vida das Cooperadoras, o dia do sacerdócio na primeira quinta-feira de cada mês e a oração pelos sacerdotes. Entre os amores que caracterizam a sua existência, contam-se: os pobres (as Criadas daquele tempo), as Cooperadoras (ISCF), os Sacerdotes e as Famílias. Passando a vida a ensinar a fazer e a fazer ensinando, ele foi um profeta no seu tempo e precursor de um Humanismo integral. De facto, ele foi um verdadeiro “Homem de Deus para a Humanidade”.
No final, D. Manuel Felício manifestou o seu grande contentamento por poder celebrar um homem que é uma referência e modelo para todos os que celebram este dia e esta semana, dedicada aos Seminários, e enalteceu o seu papel ao serviço da proclamação da verdade do Evangelho. Disse ainda que não foi por acaso que Monsenhor Brás foi para o Seminário no Ano das Aparições, que veio a ser um profeta, num tempo em que os Institutos Seculares ainda não existiam na Igreja, num tempo em que as suas obras tinham objetivos muito concretos centrados nos pobres e nas famílias, transformando dificuldades em oportunidades de bem-fazer. Ele semeou sempre paz e esperança; agora, o seu sonho há-de ser concretizado por quem o segue.
Antes de a assembleia se dissolver, Maria de Fátima Castanheira, em nome do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, agradeceu a sua Excia Revma o Senhor Bispo, D. Manuel Felício, ao Senhor Reitor Paulo Figueiró, bem como a toda a comunidade do Seminário, pelo bom acolhimento, disponibilidade e solicitude.
Ao Revdo Mons. Arnaldo Pinto Cardoso, felicitou por tão árduo quão gratificante trabalho, no decorrer do Processo de Beatificação de que é digníssimo Postulador. À Drª Zita Seabra, pelo seu empenhamento na edição desta Nova Biografia do Venerável Servo de Deus. Depois agradeceu vivamente ao Revdo Pe Joaquim Geada e ao Coro da Catedral, às crianças do Infantário da OSZ, seus pais e educadores, aos Representantes de vários Movimentos, e Juntas de Freguesia da Guarda e de Casegas. A todos presentes expressou um muito Bem-hajam e que o Venerável Padre Brás a todos cumule das suas bênçãos e graças.
A intercalar os discursos, pudemos escutar dois poemas: “A vida sacerdotal é bela” e “Flores sobre a Igreja”, declamados por dois Jovens Seminaristas. E sob a regência do Padre Joaquim Geada, o Coro da Catedral cantou o Hino de Mons. Brás e o Magnificat.
Por último e antes da caminhada para a Celebração Eucarística na Catedral, às 18 horas, teve lugar a Sessão de autógrafos e um Beira d’honra.
Texto: Maria de Fátima
28.11.2017