Quais os Objectivos desta ação de Formação para os Colaboradores do CCF?
Celebrar os 50 anos da morte do Venerável Pe. Joaquim Alves Brás.
Aprofundar o conhecimento desta figura da Igreja, percebermos que não basta um conhecimento biográfico, mas um conhecimento diríamos existencial, um conhecimento no sentido bíblico.
Desvendar o segredo da fecundidade da Vida do Pe Joaquim Alves Brás e dar graças ao Senhor pelo dom da sua Pessoa, da sua Vida e das suas Obras.
Conhecer melhor a Família Blasiana, nomeadamente o Centro de Cooperação Familiar e o Instituto Secular das Cooperadoras da Família, que lhe dá suporte
Desenvolver a nossa capacidade de enriquecer a herança que dele recebemos, pelo empenhamento na fidelidade ao carisma fundacional, aos princípios que regem Centro de Cooperação Familiar, à atualização de meios e métodos para responder mais eficientemente às necessidades das famílias com as quais trabalhamos.
Penetrar o laconismo do slogan: “Pe Brás: Um coração compassivo e empreendedor”.
Apreciar o dinamismo da Igreja no campo da Família e do Jubileu da Misericórdia.
Sublinhar duas fortes características do perfil espiritual do Venerável Pe Brás: “O Sensus Eclesia e a Paixão pela Família, para lhe seguirmos os passos.
O Sensus Eclesia, o sentido de Igreja apreendeu-o na ‘universidade’ da própria família. Uma família numerosa onde os valores humanos e cristãos eram veiculados pelo testemunho e pela palavra. “Agora já me não pertences, mas pertences à Igreja – diz-lhe a mãe no dia da sua Ordenação Sacerdotal – nunca a envergonhes, como nunca me envergonhaste a mim”. Percebemos que o dito materno calou fundo no coração do neo-sacerdote, ao lermos um dos seus apontamentos: “Hei-de amar a Santa Igreja como minha Mãe… a mais querida Mãe! Honrá-la-ei com a minha vida e as minhas obras!…”
A Paixão pela Família fluiu não só da sua feliz experiência de família. Família em que nasceu e onde viveu até aos 18 anos, idade com que entrou no Seminário, mas também do contacto direto com tantas pessoas, sobretudo jovens, praticamente sem família.
A constatação desta realidade inquieta e perturba o espírito do Jovem Pe Brás e, de algum modo, o constrange a olhar compadecido para tantas “ovelhas sem pastor”, e a procurar no Evangelho a coragem, a força e a criatividade para responder aos desafios que se lhe impunham. O bem espiritual e material das famílias.
O Pe Brás jamais teve “sossego”, jamais deixou de proclamar com palavras e obras, a centralidade da família na pastoral da Igreja, por isso deixa exarado nas Constituições do Instituto: “O Cuidado da santificação da Família é de absoluta necessidade, porque ela é fonte da vida humana e principal agente de transformação do mundo… Da importância vital da família se deduz a grandeza e a necessidade urgente do apostolado familiar” (Constituições ISCF 1963).
E escreve no Jornal da Família em Janeiro 1966: “A preocupação de salvar a humanidade das angústias que a atormentam deve ser precedida da preocupação de salvar a Família. É que salva a Família, salva está a humanidade”.
Dele afirma o seu Postulador Mons. Arnaldo Pinto Cardoso: “A Grande paixão da vida do Pe Brás foi a família. Para que esta fosse testemunha de Cristo num mundo em mudança, atenta aos perigos, forte e unida na tempestade, berço, escola, templo e altar de um homem novo e de uma sociedade renovada”. (in Celebrar uma Vida projetar uma Obra, p. 264).
O Pe Joaquim Alves Brás soube amar, de modo extraordinário as famílias de Portugal e a Igreja, mãe e mestra da família cristã” (Cardeal Saraiva Martins). Também o Decreto de Venerabilidade do Pe Brás, mandado promulgar por Bento XVI em 15/3/2008, pode ler-se: “A família é a fonte de onde brota a sociedade; se a fonte for pura e cristalina, a água será límpida. Este pensamento lapidar que o Servo de Deus Joaquim Alves Brás gostava de repetir, constitui a principal chave da acção pastoral, que com tanto zelo desenvolveu na sua vida”.
A riqueza dos conteúdos apresentados, nesta Acção de Formação, em ano jubilar, a pertinência e importância da metodologia usada: reflexão pessoal, trabalhos de grupos, plenário e testemunhos individuais, potenciaram a nossa capacidade de evocar um passado que imprime mais qualidade ao presente e nos rasga novos horizontes de futuro. Sentimos a responsabilidade de nos empenharmos para que o CCF realize a missão que lhe compete na Igreja e na sociedade, segundo o carisma do seu Fundador e contribuirmos para o bom andamento da sua Causa de Canonização.
Maria de Fátima Castanheira Baptista
Vice Postuladora da Causa de Beatificação do Venerável Padre Joaquim Alves Brás