PADRE ALVES BRÁS

Encontro internacional junta Família Blasiana

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“Com o Pe. Brás juntos no amor” foi o mote dinamizador do Encontro internacional da Família Blasiana, presencial e online, para celebrar o 123º aniversário do seu nascimento. Encontro presencial nas várias localidades, da parte da manhã integrando as diversas instituições e grupos: Cooperadoras da Família, Associadas da OSZ, Famílias do MLC, Mensageiras da Família e Grupos Focos de Esperança. Do programa constava a incumbência de eleger, em cada localidade, uma das muitas e enriquecedoras frases do Padre Brás que dissesse da beleza e grandeza da família, para a transformar em Mensagem a apresentar, durante a tarde, em tempo oportuno, a toda a Família Blasiana, – Portugal, Madrid, Roma, Brasil e Cabinda.

Em Carcavelos, não foi tarefa fácil. Das trinta e uma frases selecionadase expostas, elegeu-se: “A família é a principal escola de educação, dela depende em grande parte a felicidade e o bem-estar dos homens.” Foi um trabalho muito bonito, interpelativo e comprometedor. Depois, e antes do almoço convívio, celebrámos em ação de graças a Eucaristia, presidida pelo Rev. Padre Octávio Morgadinho, grande amigo e conhecedor da Vida e Obra do Padre Alves Brás.

A tarde, – já com a presença em Carcavelos do Rev. Padre Rui Louro, Assistente Diocesano do MLC em Lisboa – valeu pela maravilhosa interatividade de todos os países e grupos, pela apresentação e intercâmbio das respetivas frases mensagens; pela diversidade, sem perder a profundidade, das Mensagens, à Família Blasiana, pelos Responsáveis das Instituições, desde logo, a Coordenadora Geral do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, Maria da Conceição Vieira; a Presidente da Obra de Santa Zita, Maria José Carvalho; o Casal Presidente do Movimento por um Lar Cristão, Anabela e Aires Freitas; A Coordenadora dos Focos de Esperança, Elisabete Puga.

Valeu pelos Testemunhos entusiastas e interpelativos dos representantes das diferentes Grupos, de Madrid, Fátima, Carcavelos, Guarda, Braga e Funchal, e que nos desafiaram a olhar e a assumir a presente realidade histórica, tecida de problemas, dificuldades, guerras e esforços de paz, de alegrias e esperanças, movidos pelos ideais, que encheram a vida e motivaram o ministério do Padre Joaquim Alves Brás, um “Apóstolo da Família”, um Profeta da Esperança”.

Valeu pelo lançamento e compromisso assumido de iniciarmos conjuntamente a caminhada trienal de preparação para os Jubileus a celebrar em 1925: O Jubileu do Ano Santo, anunciado pelo Santo Padre Francisco sob o tema, “Peregrinos da Esperança”; O Centenário de ordenação sacerdotal do nosso Venerável Fundador; os 25 anos de reconhecimento Pontifício do ISCF e os 25 anos do Centro de Cooperação Familiar das Cooperadoras da Família, em Cabinda. Esta caminhada trienal de preparação Jubilar, para a Família Blasiana, iniciará oficialmente a 23 de outubro, Dia Mundial das Missões, com uma Peregrinação a Fátima.

Valeu sobremaneira pela maravilhosa intervenção de Monsenhor António Saldanha e Albuquerque, Oficial da Congregação para a Causa dos Santos que nos falou desde Roma, salientando alguns aspetos da vida de Monsenhor Brás e da importância que ele poderá ter nos dias de hoje.

E porque consideramos a intervenção de Monsenhor Saldanha como que o coroamento deste dia celebrativo, transcrevo alguns excertos retirados da gravação, sem a revisão do seu autor: 

Há muitos aspetos na vida dele [Mons. Brás]que me surpreendem porque ele era um forte candidato a uma pessoa deprimida, a uma pessoa triste, a um derrotado da vida. Já nasce mal, com perigo de vida, depois, como sabemos, ao longo de quatro anos tem a situação de uma doença bastante grave que o condiciona ao ponto de não lhe permitir sair de casa. Há sequelas físicas dessa mesma doença, dificuldade de corresponder à sua vocação e ser aceite no seminário. Todo um percurso em que as humilhações, as incompreensões, em que as dificuldades também de estudar e de se impor terão sido mais que muitas. Depois esta coragem de ser fiel não só ao chamamento mas, de uma forma ainda mais fecunda, de criar, de recriar espaços como é a Obra que ele criou.

“É um exemplo que hoje a Igreja em Portugal tem enorme carência de conhecer e ver divulgada esta figura de Monsenhor Alves Brás(…) Por isso, a primeira palavra talvez seria incentivar-vos a terem a coragem de propor com máxima criatividade a figura de Monsenhor Alves Brás nas comunidades paroquias, através dos meios de comunicação, porque é uma figura que por si mesma denuncia tudo aquilo que é contrário à família e ao mesmo tempo anuncia que é possível famílias santas e que é possível também sacerdotes santos”. 

(..) Vivam de tal forma este carisma que nem seja necessário falar em Deus. Que as pessoas ao verem o vosso empenho, o vosso trabalho sintam-se naturalmente interpeladas para perceber qual a fonte, qual a origem do vosso trabalho, qual a raiz da vossa atividade(…) vivam com desassombro, com coragem, com tranquilidade, o carisma que foste chamadas a viver de forma a que as pessoas naturalmente se interpelem e cheguem ao conhecimento desta figura.

(…) A beatificação foi preparada, em primeiro lugar, a nível mais teórico, burocrático, com o estudo da vida de Monsenhor Alves Brás. Ele ganhou o título muito importante de “Venerável”. Quer isto dizer que as virtudes vividas por Monsenhor Alves Brás são virtudes que consideramos de grau heroico, ou seja, nós temos a certeza moral que Monsenhor Alves Brás está entre os eleitos de Deus, já está na beatitude, já está na visão de Deus, e que as virtudes que ele viveu, que a sua vida é uma espécie de ícone da vida de Cristo, uma proposta em si mesma do evangelho, é uma prova de que a mensagem de Jesus, a proposta de Jesus é concretizável. Ou seja, ele mesmo é uma estrada que podemos percorrer para chegar a Jesus, com segurança. Por isso é que a Igreja o declarou “Venerável”, a sua vida é uma vida exemplar.

(…)“Importa divulgar cada vez mais a sua figura de modo que as pessoas conhecendo a figura de Monsenhor Alves Brás não só o admirem, não só o imitem, no que é possível, mas também o tenham como intercessor. O intercessor é alguém que sabemos que está junto de Deus através do qual, nós pela oração, pedimos a Nosso Senhor uma graça ou, porque não, um milagre. Se essa graça se verifica ser um milagre, e é atribuída à intercessão de Monsenhor Alves Brás, nós podemos beatificá-lo. Ou seja, quer dizer que da parte de Deus há uma confirmação da devoção que nós temos a Monsenhor Alves Brás e há uma confirmação desta certeza moral que nós temos que é um sacerdote santo. (…)

Se este ano tivermos a notícia de algum eventual milagre, é possível, no ano 2025, alcançarmos a graça da beatificação de Monsenhor Alves Brás”.

Bem-haja Monsenhor Saldanha pela sua palavra autorizada e motivadora. Queremos assumir a desafiante exortação que nos faz e cremos que ela se tornará fecunda em nossas vidas, para a Glória de Deus, bem nosso e da Santa Igreja.

Maria de Fátima Castanheira

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