PADRE ALVES BRÁS

Mundo atual exige coragem, ousadia e criatividade à Família Blasiana

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“O futuro da sociedade joga-se na família e vocês estão no centro do furação”. Palavras de Juan Ambrósio dirigidas às Cooperadoras da Família reunidas em Casegas por ocasião da Jornada da Família Blasiana.  Numa conferência na aldeia natal de Monsenhor Alves Brás, Juan Ambrósio, trazia para o centro da reflexão a Exortação apostólica “Amoris Laetitia” do Papa Francisco. A atenção que a Igreja tem vindo a dar ao tema da família demonstra a preocupação com uma instituição que é decisiva para o futuro da sociedade. “O bem da família é decisivo para o futuro do mundo e da Igreja”,  afirmava Juan Ambrósio parafraseando o ponto 31 da “Amoris Laetitia”.   

Foi neste contexto que o docente de teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP) elencava os desafios atuais para os membros das Obras fundadas pelo Pe. Brás: conhecimento da realidade concreta das famílias, conhecimento da proposta de Deus e elaboração de uma síntese pessoal. Ao Jornal da Família Juan Ambrósio explicava os desafios. “Temos estes dois pólos: conhecer a realidade e conhecer a doutrina. Mas para aproximar uma coisa da outra é preciso fazer sínteses pessoais”.  O Papa Francisco na Exortação “Amoris Laetitia” pede caminhos de “discernimento”.  Esses caminhos apenas apontam linhas de reflexão e não soluções. As soluções, no caso da Família Blasiana, “exigem capacidade de saber elaborar um pensamento próprio, com marca do carisma do Padre Brás”, afirma Ruan Ambrósio. Para este teólogo não basta ser “megafone do que os outros pensam ou dizem, embora seja importante.” Defende que o desafio neste momento é “ser capaz de produzir pensamento, publica-lo e divulga-lo”.

Atento a estas questões da família e amigo e colaborador de longa data das Cooperadoras da Família, Juan Ambrósio defende que fazer este caminho terá “implicações na estrutura, nas Obras e na pastoral vocacional da Família Blasiana”.  Aqui entram outros desafios “que se podem concretizar de maneira a que o foco não esteja tanto no Instituto, nas Obras, nas casas… mas esteja mais na missão e no carisma, ou seja, na família”, explica.

Para Juan Ambrósio terá de haver “coragem, ousadia e criatividade” para responder aos inúmeros desafios que a Família Blasiana tem pela frente. Três palavras atribuídas ao carater do Pe. Brás mas que em cada tempo ganham novos significados. “Hoje tudo se vai jogar na família porque ela é aquela realidade que habita simultaneamente a comunidade eclesial e a comunidade humana. Há 50 anos o Pe. Brás, com outra linguagem,  intuiu isto e colocou no centro da pastoral a família”, afirma.  E embora a Igreja tenha sempre valorizado a família, hoje ela está no centro e a Família Blasiana “não tem que ter medo disso mas tem que ter coragem, ousadia e criatividade para poder responder aos desafios dos tempos”.

“50 anos depois ele está vivo! A família no horizonte da missão” foi o título da conferência de Juan Ambrósio incluída na Jornada da Família Blasiana que tinha por tema “Com a família no horizonte – fortalecer-se na fonte”.

A jornada recebeu os membros da Família Blasiana ( ISCF – Instituto Secular das Cooperadoras da Família, Obra de Santa Zita, Centro de Cooperação Familiar, Movimento por um Lar Cristão e Focos de Esperança) vindos de todo o país e do ISCF de Madrid.

A terra natal de Monsenhor Alves Brás foi o local escolhido para, em ano de cinquentenário sobre a morte do Fundador, a Família Blasiana vir  “beber à fonte”. Para assinalar o acolhimento,  as Cooperadoras da Família instalaram, junto ao Museu Monsenhor Alves Brás, uma fonte provisória e distribuiriam a todos os participantes pequenos cântaros de barro com uma mensagem. Seguiu-se uma visita ao Museu e as restantes atividades decorreram no Centro de Cooperação Familiar de Casegas.

Por entre a conferência de Juan Ambrósio e uma reflexão por grupos da parte da tarde, a família Baptista animou as sessões com letras alusivas ao carisma de Monsenhor Alves Brás.

O dia ficou ainda marcado por uma celebração eucarística na Igreja de Casegas  onde, por coincidência,  o casamento de Ricardo e de Lurdes davam origem a uma nova família. Houve ainda tempo para um almoço e um lanche partilhado e porque o exercício físico faz bem à saúde houve quem recordasse os tempos de criança a saltar à corda ou a lançar o pião.

Texto: IM/Jornal da Família  

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