(IX) – Padre Alves Brás – Cem anos de Sacerdócio em prol da Família

Data

Raízes de Esperança em Mons. Joaquim Alves Brás

Em Ano Jubilar pautado pela “Esperança”, Lídia Gomes Pranchas parte no rasto da “esperança” na vida humana e sacerdotal do Pe. Alves Brás. Um texto onde citações bíblicas abrem caminho às citações do Pe. Alves Brás e nos revelam o homem e o sacerdote.

A Esperança cristã, considerada como uma das três virtudes teologais, envolve uma confiança profunda e firme na providência divina. O Venerável Pe. Brás, ao depositar a sua esperança em Deus, confia que a Sua graça o guiará nas circunstâncias da vida concreta. Essa confiança, orientada para a procura do bem, e dinamicamente envolvida na vivência da Fé e da Caridade, foi fundamental, influenciando a forma como viveu toda a sua vida humana e sacerdotal:

1ºs anos ‘atribulados’ – (…) a prova produz a esperança que não engana (cf. Rom 5,4-5).  A Esperança é prudente e paciente. Nunca é deceção e nunca se extingue, nem com os desaires da vida: o menino Joaquim nasceu franzino, e retido no leito três meses e de muletas três anos (dos 11 aos 14 por causa da coxalgia que o acompanhou por toda a vida), manteve-se sempre ativo, dando Catecismo aos colegas da sua idade e deslocando-se à Igreja para estar com Jesus escondido. Se não fosse a coxalgia nunca seria padre… diria ele, já sacerdote.

Opção vocacional – (…) em vista da esperança que vos está reservada nos Céus (cf. Col 1,5). A Esperança não se extingue, porque está inscrita no tempo infinito, ancorada numa profunda e transcendente confiança, associada à paz interior, à serenidade para cumprir o que sente ser a Vontade de Deus, seguindo no sonho de ser Padre ao menos por um ano e ainda porque serPadre é para continuar a Obra de Cristo… Por benevolência de Deus, exerceu esteministério durante cerca de 41 anos (07/1925 – 03/1966).

Testemunho de vida ‘reconhecido’(…) servindo ao Senhor, alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração (cf. Rom 12,11-12). Tomar consciência das limitações é um ato de sabedoria que alimenta a Esperança que, em vez de humilhar, constitui um estímulo para investir e ter o domínio dos próprios limites… eu pouco valho, sou coxo, não passo de um padrezito, vós pouco mais valeis do que eu (…) sois apenas umas pobrezitas… Na cidade da Guarda, aquando da atribuição do título de MONSENHOR, por Pio XII em 1958, dizia à multidão ali reunida: não foi atendendo aos meus méritos pessoais, porque os não tenho, foi em atenção aos serviços que todas vós prestais à santa Igreja!

Ação apostólica – (…) Tendo, pois, tal esperança, falamos com grande liberdade (cf. 2ª Cor 3,12). A Esperança investe na grandeza do ser humano, dos seus direitos fundamentais, tornando-se vital na relação entre o presente e o futuro: (…) cultivem o espírito de economia, não suceda que passem a juventude a servir e a velhice a pedir. E em carta de 10/1959 diz às Cooperadoras (…) devemos começar a alargar a nossa ação mais diretamente para a Família.

Para a Casa do Pai – (…) somos cidadãos dos céus, donde esperamos o Salvador, que transformará o nosso corpo corruptível à semelhança do seu Corpo glorioso (cf. Fil. 3,20-21). A Esperança cristã é ter confiança pura e desinteressada, sendo uma virtude que, com a Fé e a Caridade, evoca o caminho para a Vida de infinita glóriaDias antes da sua partida,Mons. Brás confidenciava ao sr. Núncio Apostólico que o visitava no hospital:  Até aqui tem sido a minha vida pública, agora é a minha paixão, depois virá a ressurreição

EM ANO CENTENÉRIO – UM VOTO e UM APELO: Esperamos, confiantes, a sua glorificação para honra da santa Igreja e benefício de todos nós – Família Blasiana, demais Famílias e toda a Humanidade… Todavia, isto só será possível se e quando, da nossa parte, O MERECERMOS, testemunhando uma vida mais conforme com os seus ensinamentos…!!!.

Sigamos, portanto, o seu exemplo e recorramos à sua intercessão, insistentemente.

Lídia Gomes Pranchas
Cooperadora da Família
Artigo da edição de abril de 2025 do Jornal da Família

Foto: Arquivo ISCF